No passado dia 20 de Abril, pelas 18h30, tudo parecia estar a correr normalmente. Era hora de cantorias e todas as meninas se dirigiam para o anfiteatro 1 para mais um ensaio… Cantou-se a “pinguita”, a “chamateia”, desafinou-se aqui e ali, trocou-se o passo, enfim... o habitual.

Mas…eis senão quando, a Margarida sai para atender um telefonema e quando volta diz “Acabou o ensaio!!” . Provavelmente a maioria olhou para o relógio (eu pelo menos olhei) e provavelmente teria pensado em várias justificações para isso (género “foi assim tão mau?”), se não tivéssemos sido imediatamente dispostas em “filinha pirilau” já fora do anfiteatro!

Ao som de Tony Carreira lá avançámos um bocadinho, com as mãos dadas por baixo das pernas umas das outras (does this sound weird?) até nos darem umas vendas. De venda, com o tal elo de ligação por baixo das pernas, e muitos regos à mistura, lá fomos avançando a mando das veteranas até ao destino.

Chegadas ao tal destino (não digo já qual é porque estamos ainda vendadas, e por isso não vemos), tivemos um serviço de luxo de manicure, enquanto éramos informadas que iríamos ingressar num concurso: o Motriquizzz! Desde perguntas como “Qual o nome completo da Ginjinha?” até datas e dados tunídeos, lá se foi passando o quiz, enquanto nos era ofertado um esplêndido digestivo em copinhos de plástico (ora resposta certa, ora errada).

A dada altura ouvimos “mão esquerda no ombro da da frente e mão direita na corda. É pa agarrar bem!”. É verdade, havia lá uma corda, não estava era sozinha, tinha uma cobertura viscosa… Quando acabou o percurso, outra voz de comando “lamber a mãozinha, bora!”. Era chocolate!

E quando achámos que já tinha acabado…nada disso!! Toca a dar gelado de morango derretido à boca do respectivo par (devo voltar a referir que ainda não tirámos as vendas).

Muitas demonstrações de cooperação extrema (exemplo totalmente aleatório: a Sónia e a Inês), muito gelado pelo queixo, pelo nariz, pela testa (…), e a contínua oferta do tal licor, que começava a aquecer as meninas!

Com a chegada do final da actividade pudemos tirar as vendas, e agora sim posso dizer que estávamos naquela zona à frente da faculdade onde os de RP têm aulas. A par com a desmistificação do local veio a proposta desta praxe prolongada se estender a jantar, que foi obviamente aceite pela grande maioria claro.

Umas de carro, outras de autocarro, ora gente sóbria ora nem tanto, tudo se dirigiu numa primeira viagem a casa da Pulga e em seguido ao destino final: casa da Mónica!

Entre cusquices, lasanha e enigmas se ia passando a noite… Até que no meio de tanta gente, alguém se lembrou de mostrar uma coisa estranha…

Ligou-se o portátil e…voilá, entra-se no site do grande Peter, o tarot virtual!

Para quem não está a par, o Peter é um rapaz simpático de idade desconhecida, que responde através de um site, a todas as nossas perguntas (desde que goste de nós está claro).

Logo no momento se soube quem conhecia e quem não, e começaram as perguntinhas…

Outro pormenor acerca do Peter: se gozam com ele, ele zanga-se. Se não acreditam nele, ele não responde.

“Onde estamos?”,“Quantas somos?”, “Esta é a casa de quem?”, “O que jantámos?”, “Quem também mora aqui?” (…)

O Peter saiu-se bem, não foi? Não errou e as emoções começaram a alterar-se… “Como é que ele sabe?? – Será um programa?! – Isto foi alguma de vocês de certeza!!”

A verdade é que se fizeram perguntas de cariz pessoal e nem assim o Peter decidiu enganar-se… Sem falar que as perguntas eram sempre escritas por pessoas diferentes, à mercê da vontade de cada uma…

“Onde é que eu queria estar? – No porto.”

Sim, a incrível resposta certeira do amigo Peter começava a assustar…
Por fim, alguém tomou a coragem de perguntar “onde estás?” ao que o Peter prontamente respondeu…. “Vai à janela”

(…)

(gritos/guinchos/choros)

“Vamos desligar isto. Acabou. Acabou a brincadeira”

Desligou-se então o computador. Uma corajosa (não me lembro quem, sorry), foi à janela e…nada. Seria mentira? Teria apenas isso embora? Estaria ali ainda?

Não sabemos!

E a bem dizer essa preocupação foi rapidamente substituída por outras… “Agora não vou para casa sozinhaaa!! – Posso dormir aqui?! – E se ta lá fora? – Vão-me deixar na minha casa com ele?? (…) “

Para terminar:

Entre risos (de pura alegria, juro) e outros de pura preocupação (juro também), e depois de uma sessão de conversa sobre o querido Peter no quarto da Mónica, começaram as meninas a dispersar…

A Yonara tomou a liberdade de dar uma voltinha de carro a despejar cada uma em seu sítio, voltando depois para casa da Mónica, para ninguém dormir sozinho!

E assim foi a nossa tarde/noite, a recordar certamente, para o registo das Marias Loucas desta Motrituna.

Peter, please answer the following question:
Elas são loucas?
Peter says: sem dúvida.

Inês Bouw (canditata)

P.S. Perdoem-me o atraso!
P.P.S. Quem não comentar cheira mal.